sábado, 23 de julho de 2011

BYE BYE AMY


"Alice, a Amy morreu!" ouvi na ligação de Pablo, um amigo que sabia da minha admiração por Amy Winehouse, cantora e compositora britânica de soul, jazz e blues. Fiquei passada, não queria acreditar, pensei que fosse boato. Infelizmente, confirmei ao ligar a tv: Amy Winehouse morreu aos 27 anos, em seu apartamento em Londres de causa ainda desconhecida.
Curiosamente, eu e dois amigos conversávamos ontem sobre Amy. Pablo falou que se ela continuasse levando aquela vida (do vício em álcool e drogas), não viveria mais do que dois anos. Quem de nós poderia adivinhar que esse prazo de dois anos se esgotaria no dia seguinte...
Lembro-me da primeira vez que a ouvi no rádio, pensei "que massa essa cantora, deve ser uma robusta negra americana, nunca ouvi antes... Quem será?". Muitos pensaram como eu, a surpresa ficou por conta dela ser totalmente o contrário: mingnon, branca e inglesa. Essa característica inusitada colaborou para dar ainda mais destaque para a sua voz forte e perfeita.
Amy... Sempre foi assunto na minha roda de amigos. O que ela fazia, o que ela vestia, o que ela cantava...Um trecho de uma música sua virou até gíria entre a gente: "no no no!" , utilizado para definir o estado de alguém quando fora de si, por raiva, por ter exagerado na bebida, ou pelo uso de substâncias alucinógenas. Assim como seu nome, utilizado para as mesmas definições. Ex: Hoje eu estou Amy (da pá virada). Amy para nós virou até verbo: "Ontem fulano estava 'amywinehouseando'", para definir quando a pessoa estava passando da conta.
Amy também era uma entidade de primeira linha cultuada na "Sagolândia" (ver reinodasagolandia.blogspot.com), país imaginário da nossa turma. Tudo isso era uma maneira de homenagear aquela que por todo seu talento merecia todo o reconhecimento do mundo, o que ela obteve. Nunca ouvi ninguém discordar que a moça tinha talento. Podia até não elogiar, mas quem não admite que Amy era uma merecida estrela? (A não ser meu ex que dizia que a voz dela era enjoada. Mas talentosa ele sabe que ela era.)
Amy era uma virtuose, uma artista completa, independente, que brilhava por si: excelente interpréte e compositora, de canções de rasgar a alma, de estilo próprio, homenageado até por grandes estilistas. Apesar de todo seu talento, do sucesso estrondoso, Amy era simples, parecia distante da fama, dava a impressão de desconhecer que o mundo a admirava. O contrário, infelizmente, era o que acontecia: enquanto era enaltecida pelo mundo, ela mesma se desmerecia. Mas todos torciam por dias melhores para ela.
A minha admiração por Amy se fez justamente por que apesar de todo talento, de todo sucesso , ela era simples, ela errava, ela era humana. Ela não tinha vergonha, não queria se mostrar perfeita a todo momento, não fazia tipo. Amy era "underground" e eu amava! Ela era minha licença poética. E sempre lembrarei dela assim.
Gostava tanto que meu sonho era me fantasiar de Amy, inclusive, era até chamada de Amy por alguns amigos, com todo orgulho! O seu estilo era o meu estilo, ela era a minha maior musa inspiradora. Quando ela lançou sua boneca, fiquei contando os dias pra poder comprar, mas ninguém se interessou em fabricá-la... Quantas vezes me imaginei interpretando suas canções em pubs na minha cidade... Queria ser, nem que fosse um poquinho, como ela!
Um dia um amigo falou que era preciso que ela gravasse mais um disco pra que ela salvasse sua carreira, por que o o terceiro disco estava demorando muito para sair. (estávamos todos na torcida). Lembro que falei: "a Amy poderia morrer hoje, por que ela não precisa fazer mais nada, ela já se eternizou. "
Amy Winehouse era aquele artista que já tinha conseguido ultrapassar o limite físico da existência, se tornou lenda em vida. O que ela fizesse, nada ia retroceder sua virtuosidade.
Amy, Amy, devia ter ido ao seu show com a Karliete... Hoje me despeço te agradecendo pela companhia nos momentos de tristeza, nas noites solitárias, quando contigo me inspirava para escrever... (ver os posts "O nunca pode ser agora" e "Madrugada fria")
Agradecendo pela presença nos momentos de alegria, quando com os amigos tua música era trilha sonora constante. Pelas inspirações nos looks e no seu sucesso... Você sempre será minha Diva, desde sempre imortal.
Bye bye Amy...