quinta-feira, 25 de junho de 2009

LUTO NA MÚSICA POP

O mundo despede-se hoje de Michael Jackson. Garoto negro de infância difícil, pela rígida disciplina aplicada pelo pai, começou a cantar com os irmãos aos 5 anos, os quais formaram o grupo musical Jackson Five, onde começou a fazer sucesso. Para se ter uma idéia os caras viraram até desenho animado! Coisa até hoje surpreendente.
Michael já lançava compactos solos aos 9 anos, ainda nos Jackson. Lançou seu primeiro disco em 1979, “Off The Wall” com estrondoso sucesso, tornando-se o maior astro pop dos anos 80 e meados de 90, através de suas músicas contagiantes (tornados clássicos), coreografia e figurinos originais, tornando-o um dos mais rentáveis cantores da história, o ícone da música pop.
Lembro-me dele quando eu era criança, naquele tempo a música pop parecia ser bipolar: de um lado Madonna, do outro Michael. Porém, nessa “rivalidade” velada, Michael acabava ganhando, coisa que mudou muito com o passar dos anos.
Toda vez que Michael lançava um vídeo clipe, precedia um alvoroço, á espera de um espetáculo, o qual o cantor não desapontava, sempre surpreendendo com seus efeitos especiais. A cada lançamento, os vídeos eram religiosamente exibidos no “Fantástico”, os quais eu não podia perder. Como esquecer Michael Jackson entrando pelo chão, se dissolvendo ou se transformando em pantera? E de suas visitas ao Brasil? Em especial para gravar o vídeo clipe de “They Don’t Care About Us”. Até hoje as batidas me causam um arrepio, um frenesi.
O ídolo do pop inspirou moda, covers, nomes de recém-nascidos, revistas em quadrinhos, regravações (“I’ll be there” – Mariah Carey – minha diva sabe das coisas...) e astros posteriores com suas coreografias, incluindo boys bands da década de 90 e Britney Spears (muita gente pensa que sua inspiração é só Madonna, aliás, nunca senti isso. Ela ia já se declarar fã de Michael, não é? Os escândalos dela já são suficientes...).
Contudo, a carreira de Michael foi aos poucos sendo arruinada, principalmente depois do astro se envolver em escândalos acusado de abuso sexual de menores, a mudança da cor da pele, as cirurgias plásticas, o casamento e separação com Lisa Marie, a suposta filha de Elvis Presley, problemas com o imposto de renda e por último (que eu me lembre) ter segurado seu filho de nove meses coberto com lençol pelo lado de fora da sacada.
Ele até tentou uma reabilitação com o relançamento de “Thriller” (1982), em homenagem aos 25 anos do seu disco de maior sucesso com participações de cantores atuais do pop, como Fergie e Will.I.am. Infelizmente (ou não) o disco atual nem de longe superou sua inspiração, uma obra de arte da música de todos os tempos.
Hoje, como podemos constatar, polêmicas só foram positivas de alguma forma, na carreira de Madonna, que conquistou – e mantém muito bem, obrigado – o lugar de rainha do pop (sem reis, ultimamente). Para Michael, ao contrário (e não era para menos no caso dos possíveis abusos), a mídia serviu para “apagá-lo”, e não para reverenciá-lo, como no caso da cantora.
Gostaria de ressaltar que hoje, a morte é apenas do corpo de Michael Jackson, já que o astro pop mais celebrado de todos os tempos já havia morrido há algum tempo. O próprio relançamento de “Thriller” soou á um tributo, mesmo com a participação de Michael. Fica a sensação de que aquele lá que fez parte da trilha sonora da minha infância, desapareceu aos poucos no meio de um turbilhão de confusões. Porém, ao mesmo tempo em que “morreu” lá na década de 90, imortalizou-se como ícone do pop sem precisar de mais nada. Ou seja, se tivesse morrido antes dos escândalos, ocuparia a mesma posição na música que hoje.
Michael bateu recordes: “Thriller” como o álbum mais vendido da história (109 milhões de cópias), “Billie Jean” como a música dançante de maior sucesso, dentre outros. Era um astro completo (do jeito que são os meus preferidos): cantor, compositor e até publicitário! Vale lembrar que foi dele a idéia de reunir os astros da música no movimento “We Are The World”, em prol da erradicação da fome na África.
Quem sabe um “bom comportamento” tivesse prolongado sua carreira. Mas o meu adeus hoje vai para aquele Michael Jackson que tanto brilhou, de conduta ainda não socialmente reprovável, imortalizado por mim e outro fãs. Fica aquela angústia, como se parte da minha infância fosse embora junto. E as tardes felizes no trabalho ouvindo “Billie Jean” (cantando junto com agudos kkk), “Beat it”, “Bad”, “Thriller”... Assim como essas mesmas músicas dividas no mp4 com Fernanda ajudaram as tardes passarem mais rápido em um chato trabalho temporário... Luto pelo Showman. Beat it, beat it...

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